
[Grécia] Invasão da polícia no espaço anarquista Nadir; Carta dos 11 detidos
Neste sábado, 4 de dezembro, à tarde, uma numerosa força policial invade o espaço anarquista Nadir, um local ocupado na Residência Universitária, em Tessalônica. Com uma operação cinematográfica e com o pretexto da ocorrência de alguns roubos no Hospital Universitário da cidade, a polícia pretendeu atacar o ambiente antes das manifestações do dia 6 de dezembro, assim como criminalizar um espaço aberto com representação e ação social. Conforme as pessoas dentro do local eram detidas, estudantes da residência e solidários se reuniam, protestando contra a operação policial. Os policiais não hesitaram em ferir e deter qualquer um que estava presente no protesto.
Com uma crise financeira pré-fabricada, fazendo disparar a taxa de desemprego e demissões, as condições para uma explosão social vão sendo cada vez mais amadurecidas. Em uma situação como esta, os mecanismos do Estado são chamados a trabalhar segundo as ordens de seus superiores, apontando para a repressão de grandes camadas da sociedade e a inativação da resistência política radical.
Prisões, avaliações difamatórias e desorientação da opinião pública, com o propósito de intimidação e de apaziguamento da sociedade que está sendo massacrada. O regime, com a ajuda de seus porta-vozes, desinforma e distorce os fatos, a fim de deter qualquer possibilidade de resistência à barbárie capitalista.
Na quarta-feira, 8 de dezembro, alguns dos detidos do espaço Nadir são processados, enquanto muitas pessoas solidarizavam-se com sua presença. Às 14 horas, do mesmo dia, realizou-se uma ocupação no segundo setor da Residência Universitária, em sinal de protesto contra o terrorismo dos infames. A ocupação foi determinada pela Assembléia Geral da Associação de Estudantes Alojados em Residências Universitárias de Tessalônica.
A guerra está declarada há muito tempo; uma de nossas maiores armas é a solidariedade.
Carta dos 11 detidos no caso da invasão do Nadir, em Tessalônica
Sobre a irrupção na ocupação Nadir
Na tarde do sábado de 4 dezembro mais de 30 policiais de vários serviços (polícia secreta [à paisana], grupos de prevenção e repressão à criminalidade, etc.) invadiram o espaço anarquista Nadir, após o espaço haver sido cercado por 5 esquadrões antidistúrbios MAT, grupos DIAS (patrulha motorizada da polícia), entre outros. Os policiais invadiram a ocupação carregando marretas e machados, sem declarar a sua “identidade policial” e sem a presença de um promotor. Os companheiros se defenderam como puderam e sem saber quem eram os agressores.
Durante o ataque, os policiais, agindo como assaltantes, invadiram todos os cômodos da Ocupação, derrubando portas e paredes, detendo 9 pessoas e confiscando vários itens, como:
• computadores;
• documentos eletrônicos, panfletos;
• arquivos impressos de panfletos e cartazes;
• 700 euros, destinados para o caso de Stratigópulos, além de dinheiro proveniente de shows de apoio econômico aos presos anarquistas e dos fundos da Radio Revolt;
• muitos livros de conteúdo anarquista/anti-autoritário;
• bandeiras, usadas em manifestações do movimento anarquista/anti-autoritário.
Simultaneamente, os policiais, e os seguranças como testemunhas, tentam vincular alguns itens encontrados no local com os roubos realizados recentemente na área da Universidade de Tessalônica.
Assim, eles tentam apresentar o espaço Nadir como uma organização criminosa com líderes, mentores e “peões”, onde uma assembléia aberta semanal se torna uma atividade criminosa. E, por isso, as pessoas que freqüentam atividades desenvolvidas nas áreas públicas neste espaço social (sala e estúdio de projeção e gravação, ginásio, lanchonete, albergue, biblioteca e sala de informática com acesso gratuito à internet) serão chamadas de membros desta organização.
A segunda parte da operação tem como objetivo um ataque direto ao projeto da estação livre da rádio anarquista Radio Revolt (88,7 FM). Para isso, confiscaram o “servidor” da emissora. Ao mesmo tempo mostram um grande entusiasmo em acusar a estação. Tudo isso, somado ao fracassado esforço recente de calar a voz da Radio Revolt, mostra que têm muito medo do discurso anarquista e anti-autoritário e sua difusão, e de como é de vital importância para nós que tais projetos continuem seu caminho no futuro, de uma forma combativa.
Ao mesmo tempo:
Nas ruas de Tessalônica, três motos atacaram de forma semelhante a 3 companheiros, tentando reter seu carro, enquanto eles estavam dentro. Depois de levar um dos três e sem dizer os motivos da sua detenção, foram levados para a Delegacia Geral. Lá, 10 horas depois e havendo posto em liberdade apenas um deles, informaram-lhe que foram acusados do mesmo caso, com outros 9.
Desculpe, deve ter havido um erro.
Além disso, ao mesmo tempo, enquanto os policiais se retiravam do Nadir, prenderam um dos 50 estudantes que estavam protestando fora do Nadir, pela invasão policial na Ocupação. Um pouco depois abandonaram o estudante em um ponto na Avenida Egnatia.
O Estado, em meio a crise, vai fazer tudo o que pode para eliminar a possibilidade de insurreições sociais: irá realizar prisões preventivas, tentarão intimidar, irão dissimular e forjar, penalizará o amplo movimento oposto a ele.
A resposta virá de todo lugar.
O espaço anarquista Nadir foi reocupado.
A Radio Revolt seguirá transmitindo e o movimento anti-autoritário seguirá crescendo dia após dia.
P.S: Como no mundo sempre há espaço para um informante voluntário, no nosso caso foi a diretora da segunda residência estudantil, que deu as descrições e os nomes das pessoas que considerava visitantes do local, enquanto reconhecia as fotos junto com os policiais na Delegacia Geral.
Terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Os detidos pelo caso da ocupação do Nadir.
agência de notícias anarquistas-ana
Gata miandoprocura a criapara alimentar
Angela Nassim
Neste sábado, 4 de dezembro, à tarde, uma numerosa força policial invade o espaço anarquista Nadir, um local ocupado na Residência Universitária, em Tessalônica. Com uma operação cinematográfica e com o pretexto da ocorrência de alguns roubos no Hospital Universitário da cidade, a polícia pretendeu atacar o ambiente antes das manifestações do dia 6 de dezembro, assim como criminalizar um espaço aberto com representação e ação social. Conforme as pessoas dentro do local eram detidas, estudantes da residência e solidários se reuniam, protestando contra a operação policial. Os policiais não hesitaram em ferir e deter qualquer um que estava presente no protesto.
Com uma crise financeira pré-fabricada, fazendo disparar a taxa de desemprego e demissões, as condições para uma explosão social vão sendo cada vez mais amadurecidas. Em uma situação como esta, os mecanismos do Estado são chamados a trabalhar segundo as ordens de seus superiores, apontando para a repressão de grandes camadas da sociedade e a inativação da resistência política radical.
Prisões, avaliações difamatórias e desorientação da opinião pública, com o propósito de intimidação e de apaziguamento da sociedade que está sendo massacrada. O regime, com a ajuda de seus porta-vozes, desinforma e distorce os fatos, a fim de deter qualquer possibilidade de resistência à barbárie capitalista.
Na quarta-feira, 8 de dezembro, alguns dos detidos do espaço Nadir são processados, enquanto muitas pessoas solidarizavam-se com sua presença. Às 14 horas, do mesmo dia, realizou-se uma ocupação no segundo setor da Residência Universitária, em sinal de protesto contra o terrorismo dos infames. A ocupação foi determinada pela Assembléia Geral da Associação de Estudantes Alojados em Residências Universitárias de Tessalônica.
A guerra está declarada há muito tempo; uma de nossas maiores armas é a solidariedade.
Carta dos 11 detidos no caso da invasão do Nadir, em Tessalônica
Sobre a irrupção na ocupação Nadir
Na tarde do sábado de 4 dezembro mais de 30 policiais de vários serviços (polícia secreta [à paisana], grupos de prevenção e repressão à criminalidade, etc.) invadiram o espaço anarquista Nadir, após o espaço haver sido cercado por 5 esquadrões antidistúrbios MAT, grupos DIAS (patrulha motorizada da polícia), entre outros. Os policiais invadiram a ocupação carregando marretas e machados, sem declarar a sua “identidade policial” e sem a presença de um promotor. Os companheiros se defenderam como puderam e sem saber quem eram os agressores.
Durante o ataque, os policiais, agindo como assaltantes, invadiram todos os cômodos da Ocupação, derrubando portas e paredes, detendo 9 pessoas e confiscando vários itens, como:
• computadores;
• documentos eletrônicos, panfletos;
• arquivos impressos de panfletos e cartazes;
• 700 euros, destinados para o caso de Stratigópulos, além de dinheiro proveniente de shows de apoio econômico aos presos anarquistas e dos fundos da Radio Revolt;
• muitos livros de conteúdo anarquista/anti-autoritário;
• bandeiras, usadas em manifestações do movimento anarquista/anti-autoritário.
Simultaneamente, os policiais, e os seguranças como testemunhas, tentam vincular alguns itens encontrados no local com os roubos realizados recentemente na área da Universidade de Tessalônica.
Assim, eles tentam apresentar o espaço Nadir como uma organização criminosa com líderes, mentores e “peões”, onde uma assembléia aberta semanal se torna uma atividade criminosa. E, por isso, as pessoas que freqüentam atividades desenvolvidas nas áreas públicas neste espaço social (sala e estúdio de projeção e gravação, ginásio, lanchonete, albergue, biblioteca e sala de informática com acesso gratuito à internet) serão chamadas de membros desta organização.
A segunda parte da operação tem como objetivo um ataque direto ao projeto da estação livre da rádio anarquista Radio Revolt (88,7 FM). Para isso, confiscaram o “servidor” da emissora. Ao mesmo tempo mostram um grande entusiasmo em acusar a estação. Tudo isso, somado ao fracassado esforço recente de calar a voz da Radio Revolt, mostra que têm muito medo do discurso anarquista e anti-autoritário e sua difusão, e de como é de vital importância para nós que tais projetos continuem seu caminho no futuro, de uma forma combativa.
Ao mesmo tempo:
Nas ruas de Tessalônica, três motos atacaram de forma semelhante a 3 companheiros, tentando reter seu carro, enquanto eles estavam dentro. Depois de levar um dos três e sem dizer os motivos da sua detenção, foram levados para a Delegacia Geral. Lá, 10 horas depois e havendo posto em liberdade apenas um deles, informaram-lhe que foram acusados do mesmo caso, com outros 9.
Desculpe, deve ter havido um erro.
Além disso, ao mesmo tempo, enquanto os policiais se retiravam do Nadir, prenderam um dos 50 estudantes que estavam protestando fora do Nadir, pela invasão policial na Ocupação. Um pouco depois abandonaram o estudante em um ponto na Avenida Egnatia.
O Estado, em meio a crise, vai fazer tudo o que pode para eliminar a possibilidade de insurreições sociais: irá realizar prisões preventivas, tentarão intimidar, irão dissimular e forjar, penalizará o amplo movimento oposto a ele.
A resposta virá de todo lugar.
O espaço anarquista Nadir foi reocupado.
A Radio Revolt seguirá transmitindo e o movimento anti-autoritário seguirá crescendo dia após dia.
P.S: Como no mundo sempre há espaço para um informante voluntário, no nosso caso foi a diretora da segunda residência estudantil, que deu as descrições e os nomes das pessoas que considerava visitantes do local, enquanto reconhecia as fotos junto com os policiais na Delegacia Geral.
Terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Os detidos pelo caso da ocupação do Nadir.
agência de notícias anarquistas-ana
Gata miandoprocura a criapara alimentar
Angela Nassim
Nenhum comentário:
Postar um comentário